quinta-feira, 28 de março de 2013

Resenha musical: The Wall do Pink Floyd.


    Houve um tempo em que eu não tinha acesso a internet e nem grana pra gastar com discos (hoje eu consegui pelo menos o acesso), e pra ouvir alguma coisa, tinha que me sujeitar à tirania de quem possuía o material, e estas criaturas transcendentais não me consideravam digno de ouvi-lo. Foram meus tempos de metaleiro. E então chegou o dia em que qualquer liso podia comprar um PC e ter uma conexão superfaturada do Oi Velox, foi aí que eu tive a oportunidade de ouvir todos os álbuns do Metallica que ninguém tinha me emprestado.
    Depois de  matar a tara de Heavy Metal, resolvi então procurar por aquelas obras que passei a vida toda ouvindo falar, e agora no mundo mágico da internet poderia consegui-las facilmente. Foi aí então que eu comecei a baixar coisas como Sgt. Pepper's e Cabeça Dinossauro, querendo saber o que essas coisas tinham demais pra todo mundo falar. Como uma pessoa acostumada com uma sonoridade diferente, demorei muito pra gostar desses discos, porem muitos tonaram-se" álbuns de cabeceira" digamos assim, um deles é o The Wall.
    Acho Dark side of the Moon superior, mas o clima espacial dele é bem diferente do que foi proposto nos dois discos do álbum da parede. The Wall é um opera-rock, uma sequência de músicas que contam uma historinha com começo, meio e fim, coisa meio inviável hoje já que a maioria pega as faixas que mais gosta e joga o resto do disco fora pra montar uma chaga moderna conhecida como playlist. O tal muro é uma metáfora para mostrar a falta de empatia das pessoas, o isolamento. Também são abordados temas como o medo da 3° Guerra Mundial, já que o disco foi gravado durante a Guerra Fria.
    Desde que nasci fui incentivado a construir minhas "paredes" em relação ao próximo, já que no cenário competitivo que vivemos você é treinado pra ultrapassar o outro e não perder tempo pensando nos problemas alheios. Tenho vontade de perguntar a essa multidão atéia de internet se ela acredita que um ser humano pode amar o outro, pois só uma pessoa com fé pode acreditar em tal sentimento, uma vez que ambos, amor e Deus, parecem não existir quando se olha o mundo.
    The Wall e sua capa icônica devem figurar até o fim dos tempos nas listas de maiores álbuns da história. É definitivamente um clássico.

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